terça-feira, 18 de abril de 2017

"Nova História Indígena: recuperando o protagonismo dos índios"

* Matéria do site Café História *

comunidades-idigenas

Comunidades indígenas da atual região do Novo México, Estados Unidos Retirado da página 496 da obra “Reisen in die Felsengebirge Nord-Amerikas bis zum Hoch-Plateau von Neu-Mexico, unternommen als Mitglied der im Auftrage der Regierung der Vereinigten Staaten ausgesandten Colorado-Expedition. Mit … Landschaften und Abbildun”, de Balduin Moellhausen, Leipzig, 1861. Fonte: The British Library.

Desde o final da década de 1970, uma nova compreensão histórica dos povos nativos começou a se consolidar na historiografia. Confira uma introdução a dez obras fundamentais sobre a chamada “Nova História Indígena”.

Leia mais:

http://www.cafehistoria.com.br/nova-historia-indigena-recuperando-o-protagonismo-dos-indios/

domingo, 26 de março de 2017

Atividades de História - "Pré-história", a humanidade no Paleolítico e "A Guerra do Fogo"

Há pelo menos quatro décadas o termo "Pré-história" é problematizado e criticado por diversas ciências humanas, dentre as quais a arqueologia, a etnologia, a antropologia, a sociologia e a própria história, como apontou Tassone (1980). Tal problematização estaria vinculada a diferenças fundamentais no que diz respeito à filosofia da história e nas particularidades das referências teórico-metodológicas da pesquisa histórica e daquela que corresponde aos períodos paleolítico e neolítico. Observa-se que houve uma tendência da disciplina de História, sobretudo a partir dos fundamentos positivistas e cientificistas que a influenciaram os historiadores europeus do século XIX a estabelecerem a escrita e os documentos de fonte escrita, como os portadores da história, o que colocou as sociedades de tradição oral e ágrafas (sem escrita) na condição de "sociedades sem história", justificando o conceito de "barbárie" e "raças inferiores", que fundamentaram as práticas eugenistas (branqueamento social), associando-se à corrente denominada "darwinismo social" (crença na existência de raças mais evoluídas, raças menos evoluída), justificando o neocolonialismo do século XIX.

Essa visão da história tendia a diminuir a relevância dos períodos da Pré-história: Paleolítico e Neolítico, assim como elaborou uma periodização da História fundamentada em momentos característicos das sociedades da Europa Ocidental:

Idade Antiga: iniciado aproximadamente em 3000 a.C, com o surgimento da escrita, e encerrado com a queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C. com a invasão dos povos "bárbaros" germânicos a Roma. Este período caracteriza-se pelo estudo das chamadas "grandes civilizações" da Antiguidade localizadas entre a Ásia Menor, o Oriente Médio, o Norte da África e a Europa Mediterrânica. Dentre as características fundamentais dessa periodização estão o surgimento do Estado centralizado, dos códigos de linguagem escrita, das religiões estruturadas em panteões divinos e a formação de clérigos/sacerdotes profissionais associados ao poder estatal, a expansão e conquistas territoriais e um avanço notável nas tecnologias de construção e nos saberes medicinais, matemáticos, astrológicos e na produção de um legado artístico e cultural duradouro.

Idade Média: de 476 d.C. até a queda do Império Romano do Oriente em 1453 d.C. com a invasão dos povos turcos a Constantinopla (atual Istambul). Este período é caracterizado pelo declínio civilizatório (artístico, científico, estrutura estatal etc) e imperial na Europa Ocidental e o surgimento do feudalismo. Nesse período há a expansão do Cristianismo no Ocidente e a formação de um modelo social agrário, estruturada nas relações entre um campesinato servil e uma nobreza detentora da posse das terras agrícolas. Houve a constância de guerras entre os reinos europeus, assim como contra invasores oriundos do norte da Europa (povos vikings, ou escandinavos), do norte da África (islâmicos sarracenos) e do leste (islâmicos sassânidas). A crescente oposição entre a "cristandade" e a expansão dos califados islâmicos, resultou ainda no movimento de Cruzadas, que configuraram novas dinâmicas bélicas e comerciais entre Ocidente e Oriente. (elaborado pelo autor)

Idade Moderna: A chamada Idade Moderna é considerada de 1453 até 1789, quando da eclosão da Revolução Francesa. Compreende o período da invenção da Imprensa, os descobrimentos marítimos e o Renascimento. Caracteriza-se pelo nascimento do modo de produção capitalista.

Idade Contemporânea: A chamada Idade Contemporânea compreende-se de 1789 até aos dias atuais. Envolve conceitos tão diferentes quanto o grande avanço da técnica, os conflitos armados de grandes proporções e a Nova Ordem Mundial.

Críticas à periodização clássica: Os críticos dessa fórmula de periodização, baseada em eventos ou fatos históricos, apontam diversos inconvenientes em seus "recortes", entre os quais:

o advento da escrita ocorreu em diferentes períodos em diferentes culturas, tornando imprecisa uma comparação puramente cronológica, por exemplo, entre as culturas do Crescente Fértil com as diferentes culturas pré-colombianas; as mudanças ocorridas entre períodos registraram-se gradualmente, e em velocidades variáveis conforme as culturas/regiões, como por exemplo, o fim de um modo de produção como o feudalismo.
Mesmo nesta periodização há críticas sobre quais seriam os marcos para o fim e começo dos períodos; assim, alguns autores assinalam o fim da Antiguidade em 395, como Joaquim Silva e J. B. Damasco Penna, informando que "há historiadores que preferem considerar o fim da Antiguidade em 476..."; estes autores colocam o fim da Idade Média em 1453, ano da queda de Constantinopla, enquanto "nem por todos é aceita; alguns colocam o fim da Idade Média em 1492, data do descobrimento da América". Já para a Era Contemporânea, trazem que "também há críticas de historiadores, vários dos quais entendem que a História Contemporânea começa realmente em 1914, início da Primeira Guerra Mundial..." (retirado da Wikipédia: . Acesso em 09 abr 2017).


A TEMPORALIDADE HISTÓRICA RELATIVA AO OBJETO DE ESTUDO: A CURTA, A MÉDIA E A LONGA DURAÇÃO

O texto abaixo aborda os principais aspectos da perspectiva teórica de tempo histórico desenvolvida pelo historiador francês Fernand Braudel:

"Fernand Braudel desenvolveu sua teoria tendo em vista a sua percepção acerca da presença do tempo e do espaço atuando concomitantemente ao desenvolvimento das civilizações. No intuito de revelar os múltiplos aspectos que compõem a vida social, buscando as permanências e as mudanças que, como num caleidoscópio, se dão de forma dinâmica e intrincada, Braudel decompõe o tempo histórico em três durações — longa, média e curta — como método possível para alcançar a totalidade da vida dos homens destacando a espacialidade presente em todas estas dimensões temporais.

Ele havia criticado os historiadores tradicionais acusando-os de desespacializar a história, de 'retirarem a experiência humana esquecendo-se do espaço'. (RIBEIRO, 2010, p. 22). As temporalidades se agrupam através das suas relações com aspectos considerados fundamentais e que por isso estruturam a sua categorização. Essas temporalidades são aqui apresentadas, sumariamente, de modo a permitir uma melhor compreensão acerca do que se pretende refletir:

1. A longa duração é ligada aos aspectos estruturais que conformam uma sociedade tais como o tempo geográfico, considerada uma história que se move lentamente, relacionada ao homem em suas relações com o meio que o cerca, assim como com os aspectos mentais, considerados atavismos das sociedades.

2. A média duração é ligada aos aspectos conjunturais que conformam uma sociedade em uma instância de tempo social, relacionado a “forças de profundidade” (BRAUDEL, 1983, p. 25) articuladas às estruturas econômicas, sociais e políticas, que atuam de forma “lentamente ritmada” (BRAUDEL, 1983, p. 25).

3. A curta duração é ligada ao tempo individual, do tempo presente, dos acontecimentos, o tempo das “oscilações breves, rápidas, nervosas”, mas que são, por sua vez, manifestações desses largos destinos, forças de fundo e que “só se explicam por elas” (BRAUDEL, 1983, p. 25)."

Referência: POBLET, Maria del Mar Ferrer. A dimensão espaço-temporal em Fernand Braudel: aportes teóricos. 2011. Dissertação - Mestrado em Geografia. Programa de Pós-Graduação em Geografia do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2011. 


Se você ainda não assistiu ao filme "A Guerra do Fogo", ele está acessível no Vimeo através do link abaixo:


TASSONE, Vicente Giancotti. Pré-história e história. Clio: revista de pesquisa histórica, n. 3, p. 65-72. Recife, 1980.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Cultura, trabalho, cidadania e ensino de História

O tripé formação humana, formação para o trabalho e para cidadania orientam o ensino médio regular no Brasil. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelece em seu texto:

Seção IV
Do Ensino Médio

Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades:
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.

A dimensão educacional do trabalho, para aqueles estudantes que já iniciaram sua vida profissional é um importante campo de aprendizados, assim como a educação básica no nível médio tem um papel relevante na formação dos/das estudantes para se desenvolverem profissionalmente.

Um momento marcante dessa jornada - que dura a vida inteira - é a escolha do curso superior e da profissão que pretende seguir. Alguns se espelham na profissão de pais ou familiares que admiram, outras pessoas desenvolveram talentos desde bem jovens e decidem seguir um caminho que amplie suas aptidões e desejos, mas muitos ainda não sabem que caminho trilhar ou mesmo quais são suas qualidades e afinidades para o mundo do trabalho. Sobretudo neste momento em que as políticas governamentais reduzem as possibilidades de ingresso no Ensino Superior para estudantes de escolas públicas, seja pelo violento corte de verbas para a educação, seja pela reforma do Ensino Médio que está em curso (entenda mais sobre o assunto:"Reforma do Ensino Médio é aprovada no Senado", El País - 09 fev 2017).

Testes vocacionais são instrumentos que nos auxiliam a encontrar cursos que tenham a ver com a gente. Abaixo deixo o link de três testes, para te ajudar a escolher o curso de nível superior que você fará após o ensino médio:

Teste - ênfase nas relações interpessoais
http://www.guiadacarreira.com.br/teste-vocacional/


Teste - ênfase nas afinidades socioculturais
http://www.mundovestibular.com.br/pages/teste_vocacional.html

Teste - ênfase comportamental
http://souvestibulando.com/teste_vocacional.php

Teste das 7 inteligências:
http://www.guiadacarreira.com.br/testes/teste-7-inteligencias/